O Fan
2.5.08
Um fan é constantemente caracterizado como um potencial fanático. Isto quer dizer que ser fan está ligado a um possivel comportamente excessivo. É considerado um sintoma psicológico duma presumivel disfunção social. Em parte, é por causa do enfâse que os media dão à vida pessoal de certas figuras públicas, especialmente na televisão.
Muito pouca literatura explora o facto de ser fan como um comportamento normal, típico do fenómeno cultural e social dos dias de hoje. Na minha opinião, por ser considerado um comportamento banal, encarado como comum pela maioria das pessoas. Mais facilmente um fan é considerado um solitário, isolado da sociedade, ou então uma pessoa facilmente influenciável quando no meio duma multidão. Em qualquer dos casos, é visto como uma pessoa irracional, fora de controlo, e vulnerável a forças exteriores. Neste caso, a influência dos media é a explicação mais comum para explicar como os fans se tornam vitimas do seu próprio fanatismo, agindo de forma destrutiva.
Um dos modelos da patologia defende que o fan é um isolado social que entra numa intensa fantasia com a figura célebre, maioritariamente artista musical ou figura do desporto. Partilho este ponto de vista, pois considero que é mais racional ter como idolo alguém que conhecemos bem, como o nosso pai ou mãe. No entanto é fácil entender o porquê de serem figuras mediáticas o alvo dos fans. São pessoas bem sucedidas, com enorme carisma, alguém que de certa forma temos como referência para aquilo que pretendemos ser um dia.
Devemos também ter em conta que uma pessoa com falta de estabilidade emocional é mais vulnerável a este tipo de comportamentos desviantes. A falta de identidade que estas pessoas sentem leva a que procurem nas celebridades uma forma de se compensarem psicológicamente. A falta de reconhecimento dos fans faz com que as celebridades se tornem uma fixação irracional, levando a que, muitas vezes, a linha do racional seja ultrapassada e o objecto do seu desejo, os seus idolos, sejam alvo de ataques, muitas vezes resultando em morte, quer do fan, quer do idolo. Quando essa linha é ultrapassada estamos perante um fanático. Os fans são vistos como resultado de uma disfunção social da modernidade. Através da alienação e automatização, resulatdo do avanço tecnológico, entende-se que o crescente poder do materialismo foi eliminando a moralidade cultural e social. Não é surpreendente que os membros de uma multidão fiquem insatisfeitos por não conseguirem estabelecer contacto com os seus idolos. Os fans desejam este contacto por acreditarem que lhes pode trazer alguma notoriedade e prestigio. Na minha opinião este tipo de visão dos fans é algo egoista, pois não está em causa o idolo mas sim o próprio bem estar do fan, a sua realização pessoal em relação ao objecto do seu desejo. Acredito que é um comportamento que desrespeita o objecto do seu desejo, pois nesta altura, o idolo perde a sua privacidade e consequentemente, o seu bem estar. Para mim é uma espécie de roubar psicológico, é um aproveitamento do sucesso alheio.
Os fans veem nos seus idolos uma forma de construirem a sua identidade, copiando os seus hábitos e maneiras de vestir. Muitas vezes matam para partilharem a fama. Esta caracteristica deve-se à falta de um ego forte e à falta de auto-estima, ou seja, estes comportamentos desviantes são uma forma de se conceberem a si próprios. Sendo fans acreditam que fazem parte de uma sociedade equilibrada. Acredito que esta dicotomia é o cerne da questão. Fazendo parte de um grupo de fans estão inseridos num grupo da sociedade, mas sendo fans são sempre possiveis fanáticos e por conseguinte, descompensados psicologicamente. Quando deixam que a emoção se sobreponha à razão, perdem o sentido moral que se deve preservar em sociedade.
Quando se apresenta um desafio ao fan, é visto como uma ameaça ao sistema defensivo do seu ego, levando muitas vezes a confrontos. Entende-se portanto que, quando existe racionalidade, as coisas estão sob controlo, mas quando entram no dominio do imaginário, podem ter consequências terriveis. Apreciar determinada celebridade é saudável, mas entrar no dominio do fanatismo tira-nos a capacidade racional para encarar certas coisas, e como tal, afasta-nos da sociedade e elimina a nossa moralidade social e cultural.Labels: Articles
Um fan é constantemente caracterizado como um potencial fanático. Isto quer dizer que ser fan está ligado a um possivel comportamente excessivo. É considerado um sintoma psicológico duma presumivel disfunção social. Em parte, é por causa do enfâse que os media dão à vida pessoal de certas figuras públicas, especialmente na televisão.
Muito pouca literatura explora o facto de ser fan como um comportamento normal, típico do fenómeno cultural e social dos dias de hoje. Na minha opinião, por ser considerado um comportamento banal, encarado como comum pela maioria das pessoas. Mais facilmente um fan é considerado um solitário, isolado da sociedade, ou então uma pessoa facilmente influenciável quando no meio duma multidão. Em qualquer dos casos, é visto como uma pessoa irracional, fora de controlo, e vulnerável a forças exteriores. Neste caso, a influência dos media é a explicação mais comum para explicar como os fans se tornam vitimas do seu próprio fanatismo, agindo de forma destrutiva.
Um dos modelos da patologia defende que o fan é um isolado social que entra numa intensa fantasia com a figura célebre, maioritariamente artista musical ou figura do desporto. Partilho este ponto de vista, pois considero que é mais racional ter como idolo alguém que conhecemos bem, como o nosso pai ou mãe. No entanto é fácil entender o porquê de serem figuras mediáticas o alvo dos fans. São pessoas bem sucedidas, com enorme carisma, alguém que de certa forma temos como referência para aquilo que pretendemos ser um dia.
Devemos também ter em conta que uma pessoa com falta de estabilidade emocional é mais vulnerável a este tipo de comportamentos desviantes. A falta de identidade que estas pessoas sentem leva a que procurem nas celebridades uma forma de se compensarem psicológicamente. A falta de reconhecimento dos fans faz com que as celebridades se tornem uma fixação irracional, levando a que, muitas vezes, a linha do racional seja ultrapassada e o objecto do seu desejo, os seus idolos, sejam alvo de ataques, muitas vezes resultando em morte, quer do fan, quer do idolo. Quando essa linha é ultrapassada estamos perante um fanático. Os fans são vistos como resultado de uma disfunção social da modernidade. Através da alienação e automatização, resulatdo do avanço tecnológico, entende-se que o crescente poder do materialismo foi eliminando a moralidade cultural e social. Não é surpreendente que os membros de uma multidão fiquem insatisfeitos por não conseguirem estabelecer contacto com os seus idolos. Os fans desejam este contacto por acreditarem que lhes pode trazer alguma notoriedade e prestigio. Na minha opinião este tipo de visão dos fans é algo egoista, pois não está em causa o idolo mas sim o próprio bem estar do fan, a sua realização pessoal em relação ao objecto do seu desejo. Acredito que é um comportamento que desrespeita o objecto do seu desejo, pois nesta altura, o idolo perde a sua privacidade e consequentemente, o seu bem estar. Para mim é uma espécie de roubar psicológico, é um aproveitamento do sucesso alheio.
Os fans veem nos seus idolos uma forma de construirem a sua identidade, copiando os seus hábitos e maneiras de vestir. Muitas vezes matam para partilharem a fama. Esta caracteristica deve-se à falta de um ego forte e à falta de auto-estima, ou seja, estes comportamentos desviantes são uma forma de se conceberem a si próprios. Sendo fans acreditam que fazem parte de uma sociedade equilibrada. Acredito que esta dicotomia é o cerne da questão. Fazendo parte de um grupo de fans estão inseridos num grupo da sociedade, mas sendo fans são sempre possiveis fanáticos e por conseguinte, descompensados psicologicamente. Quando deixam que a emoção se sobreponha à razão, perdem o sentido moral que se deve preservar em sociedade.
Quando se apresenta um desafio ao fan, é visto como uma ameaça ao sistema defensivo do seu ego, levando muitas vezes a confrontos. Entende-se portanto que, quando existe racionalidade, as coisas estão sob controlo, mas quando entram no dominio do imaginário, podem ter consequências terriveis. Apreciar determinada celebridade é saudável, mas entrar no dominio do fanatismo tira-nos a capacidade racional para encarar certas coisas, e como tal, afasta-nos da sociedade e elimina a nossa moralidade social e cultural.
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